quarta-feira, março 24, 2004

Kefir encantado de baunilha


emparelhamento:
Kefir Encantado de baunilha

Ingredientes:(2 balões para o casal a encantar, obrigado)

1 grande ou duas metades pequenas
½ chávena de kefir
½ chávenade leite de coco ou creme de coco
½ colher de chá de gengibre e canela em pó
1 colher de chá de gérmen de trigo
1/2 colher de chá de essência natural de baunilha
2 folhas de menta fresca


MÉTODO
Excepto a canela, misturar os ingredientes num passador eléctrico por 1 minuto. Servir em copos altos e polvilhar com uma pitada de canela. Em tempo quente, experimente passá-las com cubos de gelo.



desabafo:

KEFIR ENCANTADO DE ALFARROBA OU CHOCOLATE
Aos ingredientes anteriores incluir 1 colher de chá de farinha de alfarroba, ou 1- 2 colher de chá de cacau.

TROPICAL PANDAN KEFIR CHARMER
Aos ingredientes anteriores incluir 1 colher de chá de 1/4 colher de chá de extracto de folha de Pandan , poderá ser comprado na maioria de lojas asiáticas.

terça-feira, março 23, 2004

...Solidão

emparelhamento:
Solidão
o silêncio das estrelas
a ilusao
eu pensei que tinha um mundo em minhas mãos
como um Deus
e amanheço mortal
e assim
repetindo os mesmos erros
...dói em mim

vê que toda essa procura
nao tem fim
e o que é que eu procuro afinal?
Um sinaL
uma porta para o infinito
o irreal
o que não pode ser dito
afinal ser um homem em busca de mais
demais

afinal
como estrelas que brilham
em paz
em PAZ

a ilusao
eu pensei que tinha um mundo em minhas mãos
como um um deus
e amanheço mortal
Um sinal
uma porta para o infinito
...o irreal
o que não pode ser dito
afinal ser um homem em busca
...demais

música de Lenine


desabafo:

e assim
repetindo os mesmos erros
...dói em mim
ve que toda essa procura
nao tem fim
e o que é que eu procuro afinal?

Um sinaL
uma porta para o infinito
o irreal

segunda-feira, março 22, 2004

uma nota de agradecimentos

emparelhamento:
...ao "corpo veloz" por me ter ensinado a fotoblogar
...ao Loucuras por me ensinar a ter uma visão mais positiva da vida
...á Cumbuca Poética pelo bom gosto
...à Idade da Pedra pela sua existência "granítica?"
...ao Barry Beckham pelas excelentes fotos


desabafo:
...a Gaia por me acolher

"Bloga-mos..." - em parâmetros de satisfação

emparelhamento:
com quantas palavras se escreverá um blog? Pois ora bem.... que não sei bem...
ando feliz... o que já sei que é óptimo... pois pois.... nem sei que diga ..
mas cá vai.
Tendo eu um ano de vida... (suposição - á partida parva mas, - que poderá funcionar como parâmetro de satisfação). E sendo que tenho 27... ("aaaaaaaaaaaaaaaiii é a tal idade ainda mais parva!" ) parâmetro adequado será....
Posso considerar que estou numa fase porreira... ao contrário de muitas estrelas que prái andam...
ou "andavam", nesse caso.. non e vero?

Provavelmente esses nao passaram por esta 2ª dita fase dos 27: aquela em que tudo se descomplica...

desabafo:

Teremos de dar o nosso voto contra o suicídio do bom senso, á facto!
... NÃO PODE CHOVER PARA SEMPRE...

domingo, março 21, 2004

quinta-feira, março 18, 2004

o dito 'zban'

emparelhamento:
um ganda zzzzzzzzzbannnn

desabafo:
uma imagem...

atentai ao seu conteúdo... não ao vaso

emparelhamento:
um novo planeta? Sedna... um novo mundo.
Quem dera ser estrela.. poder estar livre da luz
desta que não me traz...
o lusco-fusco...
saudade
tempo
ausente
disperso
em falta
constantes palavras e sons dissonantes

Sedna
a esperança de alguns
outros
tantos
sós!
desabafo:
raios partam os envólucros!!!

escadaria

emparelhamento:
escadas confusas
degraus que se percorrem
um a um passo a passo

passo por
mim
ti
passos firmes
passos em passada insegura
infrutífera?

continuas lá...!
eu
em passo largo
tento chegar
á passada gigante
de tentar correr...

...a galope.


desabafo:
porque não vejo o fim das escadas??

segunda-feira, março 08, 2004

Dia da Mulher - THE BURNING TIMES NEVER AGAIN...

emparelhamento
E é assim... mais um dia da mulher. A mulher cristo, seja lá qual for a forma em que ela se apresente é a comemorada neste dia.
Um pouco à semelhança das bruxas que foram queimadas em tempos. O meu pensamento está hoje com elas e com essas todas... que passaram atrocidades, pelo simples facto terem nascido mulher.
Que os deuses vos acompanhem sempre no vosso caminho.
Assim seja.

desabafo
Hoje é um dia em grande. Importante...
...ainda permanece o segredo dos Deuses.


domingo, março 07, 2004

O RETRATO OVAL



O castelo no qual meu criado estava decidido a entrar à viva força, não consentindo que eu, ferido como estava, tivesse que passar a noite debaixo da chuvarada, era um grande edifício senhorial e melancólico, que durante muitos e muitos séculos, fora grito de guerra nos Montes Apeninos. Segundo nos disseram, tinha sido abandonado temporariamente por seus donos. Acomodamo-nos numa das salas menores, que era também a mais modestamente mobiliada. Estava situada num torreão um tanto afastado do corpo principal do castelo; seus móveis, seus adornos, ricos e luxuosos, pareciam maltratados pela ação do tempo e apenas conservavam poucos vestígios do antigo esplendor.

Sobre as paredes caíam tapeçarias e troféus heráldicos, bem como grande quantidade de quadros modernos encerrados em molduras de ouro e madeiras finíssimas.

Devido talvez ao delírio que me produzia a alta febre, senti crescer dentro de mim um grande amor por aqueles quadros que como prodigioso e estranho museu, tinha diante dos olhos.

Mandei o criado fechar as pesadas portas e as altas janelas, pois era noite cerrada, e acender o candelabro de sete braços que encontrara sobre a mesa. Descerrei, em seguida, os cortinados de cetim e veludo que rodeavam o dossel de minha cama.

Queria assim, se por acaso não chegasse a conciliar o sono, distrair-me ao menos na contemplação dos quadros na leitura de um livro de pergaminho que havia encontrado sobre a almofada, o qual parecia conter a descrição e a história de todas as obras de arte que se achavam encerradas naquele castelo. Passei quase toda a noite lendo. Naquele livro estava realmente a história dos quadros que me rodeavam. E as horas transcorreram rapidamente e, sem que eu percebesse, chegou a meia-noite. A luz do candelabro me feria os olhos e, sem que meu criado o notasse, coloquei-o de tal modo que somente projetasse seus tênues raios sobre a superfície escrita do livro. Mas aquela troca de luz produziu um efeito inesperado.

Os resplendores das numerosas velas projetaram-se então sobre um quadro da alcova que uma das colunas do leito até então tinha envolto numa sombra profunda. Era o retrato de uma jovem quase mulher. Dirigi ao quadro uma olhadela rápida e fechei os olhos. Não o compreendi bem a principio. Mas, enquanto minhas pupilas permaneciam fechadas, analisei rapidamente a razão que mas fazia cerrar assim. Era um movimento involuntário para ganhar tempo, para assegurar-me de que minha vista não me tinha enganado, para acalmar e preparar meu espirito para uma contemplação mais serena. Ao cabo de alguns momentos olhei de novo para o quadro, desta vez fixa e penetrantemente.

Já não podia duvidar, ainda que o quisesse, de que então via muito claramente. O primeiro esplendor da chama do candelabro sobre a tela tinha dissipado a confusão de meus sentidos e chamara à realidade. O retrato era de uma jovem. Um busto; a cabeça e os ombros pintados nesse estilo que chamam, em linguagem técnica, estilo de "vinheta"; um tanto da "maneira" de Sully em suas cabeças prediletas. O seio, os braços e os cachos de cabelos radiantes fundiam-se imperceptivelmente na sombra que servia de fundo ao junto. A moldura era oval, dourada e trabalhada ao gosto moderno. Como obra de arte não se podia encontrar nada mais adorável do que a própria pintura. Mas pode ser que não fosse nem a execução da obra nem a beleza daquele semblante juvenil que me impressionou tão súbita e fortemente.

Devia acreditar ainda menos que a minha imaginação, saindo de um sonho, tivesse tomado aquela mulher por uma pessoa viva. Vi, em primeiro lugar, que os pormenores do desenho, o estilo e o aspecto da moldura não me deixariam nenhuma ilusão, ainda que momentânea, dissipando imediatamente semelhante encantamento. Fazendo estas reflexões, permaneci estendido uma hora inteira, com os olhos cravados no retrato. Tinha adivinhado que o "encantamento" da pintura era uma expressão vital, absolutamente adequada à própria vida, que primeiro me tinha feito estremecer e que finalmente me subjugara, aterrorizado. Com um terror profundo e insopitável, coloquei de novo o candelabro na sua primitiva posição. Tendo ocultado assim a minha vista a causa dessa profunda agitação, procurei ansiosamente o livro que continha a analise do quadro e sua história. Fui em busca do número que designava o retrato oval e li o seguinte relato:

"Era uma jovem de rara beleza e cheia de jovialidade. Maldita foi a hora em que viu e amou o artista, casando-se com ele! Ele, apaixonado, estudioso, amava, mais do que sua esposa, a sua Arte; ela, uma jovem de rara beleza e não menos amável do que cheia de jovialidade - nada mais do que luz e sorrisos - ágil como a lebre solta no campo - amando e acariciando todas as coisas - não odiando mais do que a Arte, que era sua rival - não temendo mais do que a palheta e os pincéis. Foi uma coisa terrível para ela ouvir o pintor falar do desejo de pintar sua esposa. Mas esta era obediente, e sentou-se com doçura durante longas semanas no sombrio e alto "atelier" da torre, onde a luz penetrava por uma clarabóia de cristal. Mas ele, o pintor, punha seu destino e sua glória no retrato, que avançava em cores de hora para hora e de dia para dia... E ele era um homem apaixonado e estranho, que se perdia em sonhos, tanto que "não queria" ver que a Luz que filtrava tão lugubremente naquela torre afastada, extenuava a saúde e a alma de sua mulher, que enfraquecia visivelmente aos olhos de todo o mundo, exceto aos dele.

Contudo, ela sorria sempre, sem se queixar, porque via que o pintor sentia um prazer doido e ardente na sua tarefa e trabalhava noite e dia para pintar aquela que amava tanto, mas que se tomava de dia para dia mais languida e mais débil. E, na verdade, os que contemplavam o retrato falavam em voz baixa da extrema semelhança do original como de uma prodigiosa maravilha e como de uma prova não menor do talento do pintor do que de seu profundo amor por aquela a quem pintava ato milagrosamente bem. Todavia, mais tarde, quando a tarefa se aproximava de seu fim, já ninguém podia visitar a torre: o pintor tinha enlouquecido com o ardor de seu trabalho e não tirava os olhos da tela senão para ver a fisionomia da mulher. E "não queria" ver que as cores que gravava na tela ele as ia tirando das faces daquela que estava sentada à sua frente. E quando, decorridas muitas semanas, já faltava muito pouco trabalho - nada mais do que uma pincelada sobre os lábios e uma sombra sobre os olhos - o espirito da mulher palpitou como a chama próxima a extinguir-se palpita numa lâmpada; e então o pintor deu a pincelada sobre os lábios e a sombra sobre os olhos e, durante um momento, quedou em êxtase ante o trabalho que tinha realizado; um minuto depois, quando o olhava extasiado, um estremecimento de terror percorreu seu corpo e começou a gritar com voz aguda e destemperada.

- É a vida, é a própria vida que eu aprisionei na tela!

E, quando se voltou para contemplar sua esposa, viu que ela estava morta.

conto de Edgar Allan Poe

BARCO PROCURA-SE

emparelhamento
Querer livrar-se de problemas é a melhor forma de os arranjar. Quando se tenta ser honesto... e nos dão honestidade pode ser tão doloroso e satisfatório quanto estar-se de repente encurralado entre a espada* e a parede**. Ou seja... sabemos exactamente a nossa localização de momento.
Sinto-me a flutuar... no meio de algo que não sei exactamente que é. Exige-se definição.
É um barco, o.k.

desabafo
Queria poder estar contigo... para poder dizer que não quero... que não serves de todo. Mas já comi uma fatia do bolo, e não me deste a provar todos os frutos secos, esses são os te que definem realmente.


fotografia de charlie rutledge

*espada_honestidade de outrém
**parede_consciência daquilo a que estamos dispostos a permitir-nos sentir, e de tudo aquilo que não sabemos (de todo) acerca do que sentimos ou queremos sentir.