sábado, fevereiro 14, 2004

No names have been changed to protect the innocent.They're all fucking guilty

"Tão retorcida pelos homens, um homem, o meu pai, que me tornei como eles. Tudo o que adorava neles, eles desprezavam em mim. Implacabilidade, arrogância, teimosia, distância e crueldade. Uma natureza fria calculista, imune a todos menos à minha razão. Nunca capaz de reconhecer as repercussões do meu comportamento. Inconsciente da brutalidade e egoísmo com que iria dilacerar outros.

Egoísta e egocêntrico, sem remorso. Um animal conduzido pelo instinto. Fazendo-se depender da intuição. Sempre à procura da próxima migalha suculenta, predador confiado, verosímil inocente. O meu objectivo, raramente mutilar ou matar, mas satisfazer.

Eu própria.

Se isso significar às custas do orgulho, vaidade ou mesmo existência de alguém, seja. As minhas intenções sempre foram verdadeiras. Para mim mesma.
(…)

Sempre tive uma natureza masculina. A maioria dos homens não suporta a competição. Enlouquece-os. Torna-os insanos. Força-os a quererem desamarrar-se (livrar-se/descartar-se). A dominar. Lutar para manter o controlo. Comigo não funciona assim. É um ou dois socos/murros, ou uma luta até ao final amargo/ressentido. A única coisa que o meu pai alguma vez me ensinou foi a nunca desistir.

Nunca me resignar/dar o braço a torcer. Provocar uma luta. Agir como um homem. E mesmo assim, como espécie, eu acho-os deploráveis. Ainda dei por mim tanto a tomar-lhes o partido, como a livrar-me deles uma vez contra o seu sexo. Essa pilha de emoções que carregou a minha força vital, funcionando como conduta para um estado de elevação. " - Lydia Lunch

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